Jean Piaget e Lev Vygostky
Este blog foi produzido como avaliação final da disciplina de Psicologia da Educação no curso de licenciatura na UERJ. Com o objetivo de reunir o maior número de informações e materiais sobre os teóricos Jean Piaget e Lev Vygostky.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Esquema de Piaget e vygotsky
Lev Vigotsky - Breve Vida e Obra
O vídeo abaixo conta a história de Lev Semenovitch Vygotsky e apresenta suas ideias de uma forma clara e objetiva.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Reportagem: Vygotsky e o conceito de zona de desenvolvimento proximal
Para Vygotsky, o segredo é tirar vantagem das diferenças e apostar no potencial de cada aluno
Todo professor pode escolher: olhar para trás, avaliando as deficiências
do aluno e o que já foi aprendido por ele, ou olhar para a frente,
tentando estimar seu potencial. Qual das opções é a melhor? Para a
pesquisadora Cláudia Davis, professora de psicologia da Educação da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sem a segunda
fica difícil colocar o estudante no caminho do melhor aprendizado
possível. "Esse conceito é promissor porque sinaliza novas estratégias
em sala de aula", diz Cláudia. O que interessa, na opinião da
especialista, não é avaliar as dificuldades das crianças, mas suas
diferenças. "Elas são ricas, muito mais importantes para o aprendizado
do que as semelhanças."
Não há um estudante igual a outro. As habilidades individuais são
distintas, o que significa também que cada criança avança em seu próprio
ritmo. À primeira vista, ter como missão lidar com tantas
individualidades pode parecer um pesadelo. Mas a pesquisadora garante: o
que realmente existe aí, ao alcance de qualquer professor, é uma
excelente oportunidade de promover a troca de experiências.
Essa ode à interação e à valorização das diferenças é antiga. Nas
primeiras décadas do século 20, o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky
(1896-1934) já defendia o convívio em sala de aula de crianças mais
adiantadas com aquelas que ainda precisam de apoio para dar seus
primeiros passos. Autor de mais de 200 trabalhos sobre Psicologia,
Educação e Ciências Sociais, ele propõe a existência de dois níveis de
desenvolvimento infantil. O primeiro é chamado de real e engloba as
funções mentais que já estão completamente desenvolvidas (resultado de
habilidades e conhecimentos adquiridos pela criança). Geralmente, esse
nível é estimado pelo que uma criança realiza sozinha. Essa avaliação,
entretanto, não leva em conta o que ela conseguiria fazer ou alcançar
com a ajuda de um colega ou do próprio professor. É justamente aí - na
distância entre o que já se sabe e o que se pode saber com alguma
assistência - que reside o segundo nível de desenvolvimento apregoado
por Vygotsky e batizado por ele de proximal (leia um resumo do conceito na última página).
Nas palavras do próprio psicólogo, "a zona proximal de hoje será o nível
de desenvolvimento real amanhã". Ou seja: aquilo que nesse momento uma
criança só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante
ela certamente conseguirá fazer sozinha (leia um trecho de livro na terceira página).
Depois que Vygotsky elaborou o conceito, há mais de 80 anos, a
integração de crianças em diferentes níveis de desenvolvimento passou a
ser encarada como um fator determinante no processo de aprendizado.
Reportagem retirada do Site Nova Escola
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceito-zona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml
Links Interessantes
Relatório científico sobre Piaget e Vygotsky na Instituição Escolar
http://pt.scribd.com/doc/34048837/PIAGET-E-VYGOTSKY-NA-INSTITUICAO-ESCOLAR
Aquisição da Linguagem
http://www.slideshare.net/Elisms88/aquisio-da-linguagem-13400260
As fases do desenvolvimento cognitivo segundo Piaget
http://www.slideshare.net/Elisms88/fases-do-desenvolvimento-piaget
Livros e Obras de Jean Piaget
http://www.psicoloucos.com/Jean-Piaget/livros-e-obras-de-jean-piaget.html
Vygotsky e o papel das interações sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo
Vygotsky e o papel das interações
sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo
A sala de aula deve ser considerada um lugar privilegiado de sistematização do conhecimento e o professor um articulador na construção do saber. Tendo como base tais pressupostos teóricos, esse texto sistematiza alguns pontos da teoria com a possibilidade de trabalho do professor junto a seus alunos.
Para ler o texto na íntegra click no link abaixo:
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf
Por João Carlos Martins
Fonte: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/dea_a.php?t=002
A psicologia sócio-histórica,
que tem como base a teoria de Vygotsky, concebe o desenvolvimento
humano a partir das relações sociais que
a pessoa estabelece no decorrer da vida. Nesse referencial,
o processo de ensino-aprendizagem também se constitui
dentro de interações que vão se dando
nos diversos contextos sociais.
A sala de aula deve ser considerada um lugar privilegiado de sistematização do conhecimento e o professor um articulador na construção do saber. Tendo como base tais pressupostos teóricos, esse texto sistematiza alguns pontos da teoria com a possibilidade de trabalho do professor junto a seus alunos.
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf
Por João Carlos Martins
Fonte: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/dea_a.php?t=002
Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget III
Operatório-formal
Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Os textos foram retirados do site:
http://www.cerebromente.org.br/n08/mente/construtivismo/construtivismo.htm
Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget II
Sensório-motor
Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio (LOPES, 1996). Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo (MACEDO, 1991). Segundo LOPES, as noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática.
Conforme MACEDO (1991, p. 124) é assim que os esquemas vão "pouco a pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa." Nitzke et alli (1997b) diz-se que o contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Veja o vídeo a seguir:
Pré-operatório
É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
Contudo, MACEDO (1991) lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
Operatório-concreto
Conforme Nitzke et alli (1997b), neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair.
Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada.
Exemplos:
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio (LOPES, 1996). Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo (MACEDO, 1991). Segundo LOPES, as noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática.
Conforme MACEDO (1991, p. 124) é assim que os esquemas vão "pouco a pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa." Nitzke et alli (1997b) diz-se que o contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Veja o vídeo a seguir:
Pré-operatório
É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
Contudo, MACEDO (1991) lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio:
- É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
- Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
- Já pode agir por simulação, "como se".
- Possui percepção global sem discriminar detalhes.
- Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
Operatório-concreto
Conforme Nitzke et alli (1997b), neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair.
Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada.
Exemplos:
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget
Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget de ESTÁGIOS que seguem idades mais ou menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a idade de aparição destes.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
A criança deste estágio:
- É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue
se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
- Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
- Já pode agir por simulação, "como se".
- Possui percepção global sem discriminar detalhes.
- Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
Exemplos:
despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todoas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP II
Vygotsky
desenvolveu várias teorias, demonstrando a importância da integração
social, como fonte do conhecimento. Algumas teorias se baseiam na
interação do indivíduo com o meio social, onde, ele pode avançar além de
seu desenvolvimento atual, até certo ponto, com a ajuda de outros
indivíduos.

Vygotsky
denominou a capacidade de realizar tarefas de forma independente de
nível de desenvolvimento real, que determina até onde a criança já
chegou, ou seja, as etapas já conquistadas pela criança.
No
entanto, a criança poderá ir um pouco mais além, ou seja, desempenhar
tarefas em nível mais avançado com a ajuda de adultos ou de companheiros
com maior capacidades. Contudo, não é qualquer criança que pode, com a
ajuda de outros, realizar qualquer tarefa. A capacidade de realizar
determinada tarefa com a ajuda de outros ocorrerá dentro de um certo
nível de desenvolvimento, não antes. Por exemplo: "Uma criança de cinco
anos pode ser capaz de construir uma torre de cubos sozinha; uma de três
anos não consegue construí-la sozinha, mas pode conseguir com a
assistência de alguém; uma criança de um ano não conseguiria realizar
essa tarefa, nem mesmo com ajuda. Uma criança que ainda não sabe andar
sozinha só vai conseguir andar com a ajuda de um adulto que a segure
pelas mãos a partir de um determinado nível de desenvolvimento. Aos três
meses de idade, por exemplo, ela não é capaz de andar nem com ajuda."
É
a partir desses dois níveis de desenvolvimento, o real e potencial que
Vygotsky define a zona de desenvolvimento proximal: "Ela é a distância
entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através
da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação
de um adulto ou em colaboração com pessoas com maior capacidade".
Zona
de Desenvolvimento Proximal nada mais é que a distância entre o nível
de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um
problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado
através de resolução de problemas com a orientação de um adulto ou em
colaboração com outro companheiro. Quer dizer, que as informações que a
pessoa tem potencial para aprender, mas ainda não completou o processo,
conhecimentos fora de seu alcance atual, mas que podem ser atingíveis
com um auxilio e em curto prazo.
Este
ponto de vista está relacionado com a avaliação do desenvolvimento do
aprendizado, sendo o professor o principal mediador e responsável no
desenvolvimento do aluno. Ao ponto que nesse curto espaço de tempo, é
que vai ocorrer toda interação entre professor-aluno, sendo o professor o
elo para atingir os mais altos níveis e que esse aluno progrida em seu
intelecto.
Site: http://aniuzounb.blogspot.com.br/2011/07/zona-de-desenvolvimento-proximal.html
Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP

No
decorrer dos tempos, muitos pesquisadores vêm tentando comprovar
melhores formas de explicação para o desenvolvimento cognitivo das
pessoas. Grande parte desses estudos é voltada para o acompanhamento das
crianças, pois sabe-se que elas desenvolvem sua aprendizagem muito
intensamente, e esta fase deve ser bastante explorada pelos educadores
que as acompanham.
Um
dos mais importantes conceitos sobre o desenvolvimento cognitivo do
sujeito epistêmico lançado pelo psicólogo soviético Lev Semenovitch
Vygotsky - Orsha, 05 de Novembro de 1896, — Moscou, 11 de Junho de 1934,
revolucionou a forma de lidar com a aprendizagem das crianças,
sobretudo, nos meios educacionais europeus e norte-americanos, no
decorrer da década de sessenta do século passado. A teoria da Zona de
Desenvolvimento Proximal marcou as novas propostas da relação
ensino-aprendizagem nas escolas do mundo inteiro.
Abaixo, o conceito definido por Ramiro Marques:
“A
ZDP consiste na distância que madeia entre o nível actual de
desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade actual de
resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de problemas sob a
orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais capazes.”
(...)
Como
se percebe, a ZDP definida na citação acima destacada caracteriza uma
maior “liberdade” na construção do conhecimento por parte dos sujeitos
epistêmicos, deixando a criança mais à vontade para desenvolver sua
aprendizagem, desde que esta esteja sempre acompanhada por um mediador –
professor ou par mais adiantado em relação à mesma.
Apesar
de ir de encontro a uma outra teoria muito forte na psicologia
cognitiva lançada por Piaget, quando ele diz que a aprendizagem é
limitada a estágios de desenvolvimento do sujeito, a Zona de
Desenvolvimento Proximal tem bastante credibilidade entre educadores do
mundo inteiro, pois a teoria comprova que a aprendizagem pode progredir
mais rápido do que o desenvolvimento e, consequentemente, também
torna-se desenvolvimento.
É
certo de que a presença de um par – na figura do professor ou de outra
pessoa – é um dos principais fatores que validam a teoria da ZDP, visto
que a troca de experiências relacionada à curiosidade de aprender faz
com que a aprendizagem seja muito mais significativa para qualquer
criança, desde que seja, acima de tudo, prazerosa.
Augusto França
– Graduando em Pedagogia pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins - FACOL
Retirado do Site:
http://cerebropedagogico.blogspot.com.br/2010/09/zona-de-desenvolvimento-proximal-zdp.html
O Conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal em Vygotsky
O Conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal em Vygotsky
Por Ramiro Marques
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) foi um conceito
definido pelo genial psicólogo soviético que viria a ter uma enorme
influência nos meios educacionais europeus e norte-americanos a
partir da década de 60 do século passado.
A ZDP consiste na “distância que medeia entre o nível actual de
desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade actual
de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de problemas sob a
orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais
capazes”(http://www.uma.pt/carlosfino/Documentos/Powerpoint_Vyg
otsky.pdf).
As implicações que a ZDP tem para o processo de instrução são
imensas. Ao contrário da teoria de Piaget, que faz subordinar a
aprendizagem ao desenvolvimento cognitivo, condicionando-a e
enclausurando-a nos limites de cada estádio de desenvolvimento,
Vygotsky defende que a aprendizagem precede e condiciona o
desenvolvimento cognitivo. E mais: a aprendizagem pode progredir
mais rapidamente que o desenvolvimento e, regra geral, redunda em
desenvolvimento. No fundo, a ZDP é uma verdadeira janela de
oportunidade para a aprendizagem, sendo necessário que o professor
a prepare e conceba e ponha em prática tarefas de ensino e
aprendizagem que potenciem essa janela. Os instrumentos principais
que o professor pode usar, no sentido de potenciar a janela de
oportunidade (a ZDP), são a linguagem e o contexto cultural, os
quais são considerados por Vygotsky como as mais importantes
ferramentas ao serviço da aprendizagem e do desenvolvimento. Para
além dessas ferramentas, o professor deve assumir-se como
mediador entre a criança e os objectos e entre as crianças e os pares.
Se o professor propõe tarefas que estão para além da zona de
desenvolvimento proximal, é quase certo que a criança não vai
entender a tarefa, não vai ser capaz de a realizar ou vai concretizá-la
incorrectamente. Mediadores são também os pares que se revelam
mais capazes. Nesse sentido, a criação de grupos de aprendizagem
colaborativa, com crianças em diferentes níveis de aprendizagem,
embora próximas na capacidade para a realização das tarefas,
constitui outra estratégia de mediação importante. Importa ter
presente que o mediador externo deve ter significado para a criança,
estar ligado a um objecto que a criança use antes ou durante o
desempenho da tarefa e combine a mediação com o uso da
linguagem e do contexto cultural.
Webgrafia
http://www.uma.pt/carlosfino/Documentos/Powerpoint_Vygotsky.pdf
http://en.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky
Por Ramiro Marques
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) foi um conceito
definido pelo genial psicólogo soviético que viria a ter uma enorme
influência nos meios educacionais europeus e norte-americanos a
partir da década de 60 do século passado.
A ZDP consiste na “distância que medeia entre o nível actual de
desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade actual
de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de problemas sob a
orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais
capazes”(http://www.uma.pt/carlosfino/Documentos/Powerpoint_Vyg
otsky.pdf).
As implicações que a ZDP tem para o processo de instrução são
imensas. Ao contrário da teoria de Piaget, que faz subordinar a
aprendizagem ao desenvolvimento cognitivo, condicionando-a e
enclausurando-a nos limites de cada estádio de desenvolvimento,
Vygotsky defende que a aprendizagem precede e condiciona o
desenvolvimento cognitivo. E mais: a aprendizagem pode progredir
mais rapidamente que o desenvolvimento e, regra geral, redunda em
desenvolvimento. No fundo, a ZDP é uma verdadeira janela de
oportunidade para a aprendizagem, sendo necessário que o professor
a prepare e conceba e ponha em prática tarefas de ensino e
aprendizagem que potenciem essa janela. Os instrumentos principais
que o professor pode usar, no sentido de potenciar a janela de
oportunidade (a ZDP), são a linguagem e o contexto cultural, os
quais são considerados por Vygotsky como as mais importantes
ferramentas ao serviço da aprendizagem e do desenvolvimento. Para
além dessas ferramentas, o professor deve assumir-se como
mediador entre a criança e os objectos e entre as crianças e os pares.
Se o professor propõe tarefas que estão para além da zona de
desenvolvimento proximal, é quase certo que a criança não vai
entender a tarefa, não vai ser capaz de a realizar ou vai concretizá-la
incorrectamente. Mediadores são também os pares que se revelam
mais capazes. Nesse sentido, a criação de grupos de aprendizagem
colaborativa, com crianças em diferentes níveis de aprendizagem,
embora próximas na capacidade para a realização das tarefas,
constitui outra estratégia de mediação importante. Importa ter
presente que o mediador externo deve ter significado para a criança,
estar ligado a um objecto que a criança use antes ou durante o
desempenho da tarefa e combine a mediação com o uso da
linguagem e do contexto cultural.
Webgrafia
http://www.uma.pt/carlosfino/Documentos/Powerpoint_Vygotsky.pdf
http://en.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Entendendo Lev Vygotsky
Lev Vygotsky foi pioneiro na teoria de que o
desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações
sociais e condições de vida. Segundo Vygotsky, os signos, a linguagem simbólica desenvolvida pela espécie humana são construções da mente humana, que estabelece uma relação entre a linguagem e o homem. Realizou suas pesquisas sobre a aprendizagem dando enfoque à pedagogia. Ele estabeleceu alguns conceitos sobre o desenvolvimento da linguagem, como por exemplo a zona de desenvolvimento proximal em que uma criança pode não conseguir realizar uma ação sozinha, porém com auxílio ela é capaz de realizá-lo. Abaixo um vídeo sobre esse desenvolvimento.
Provas Piagetianas
O vídeo abaixo busca comprovar a teoria de Piaget sobre as etapas de desenvolvimento cognitivo em uma criança de 4 anos (estágio pré-operacional, segundo Piaget). Nessa etapa a criança constrói e organiza suas emoções.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Vygotsky e o desenvolvimento humano
Vygotsky e o desenvolvimento humano
Elaine Rabello
José Silveira Passos
O que é Desenvolvimento Humano?
A noção de desenvolvimento está atrelada a um contínuo de evolução,
em que nós caminharíamos ao longo de todo o ciclo vital. Essa evolução, nem
sempre linear, se dá em diversos campos da existência, tais como afetivo,
cognitivo, social e motor.
Este caminhar contínuo não é determinado apenas por processos de
maturação biológicos ou genéticos. O meio (e por meio entenda-se algo muito
amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e interações) é fator de
máxima importância no desenvolvimento humano.
Os seres humanos nascem “mergulhados em cultura”, e é claro que esta
será uma das principais influências no desenvolvimento. Embora ainda haja
discordâncias teóricas entre as abordagens que serão apresentadas adiante
sobre o grau de influência da maturação biológica e da aprendizagem com o
meio no desenvolvimento, o contexto cultural é o palco das principais
transformações e evoluções do bebê humano ao idoso. Pela interação social,
aprendemos e nos desenvolvemos, criamos novas formas de agir no mundo,
ampliando nossas ferramentas de atuação neste contexto cultural complexo
que nos recebeu, durante todo o ciclo vital.
Na Psicologia do Desenvolvimento, temos algumas perspectivas
diversas.
• Para os teóricos Ambientalistas, entre eles Skinner e Watson (do
movimento behaviorista), as crianças nascem como tábulas rasas, que
vão aprendendo tudo do ambiente por processos de imitação ou reforço.
• Para os teóricos Inatistas, como Chomsky, as crianças já nascem com
tudo que precisam na sua estrutura biológica para se desenvolver. Nada
é aprendido no ambiente, e sim apenas disparado por este.
• Para os teóricos Construcionistas, tendo como ícone Piaget, o
desenvolvimento é construído a partir de uma interação entre o
desenvolvimento biológico e as aquisições da criança com o meio.
Temos ainda uma abordagem Sociointeracionista, de Vygotsky,
segundo a qual o desenvolvimento humano se dá em relação nas trocas
entre parceiros sociais, através de processos de interação e mediação.
• Temos a perspectiva Evolucionista, influenciada pela teoria de Fodor,
segundo a qual o desenvolvimento humano se dá no desenvolvimento
das características humanas e variações individuais como produto de
uma interação de mecanismos genéticos e ecológicos, envolvendo
experiências únicas de cada indivíduo desde antes do nascimento.
• Ainda existe a visão de desenvolvimento Psicanalítica, em que temos
como expoentes Freud, Klein, Winnicott e Erikson. Tal perspectiva
procura entender o desenvolvimento humano a partir de motivações
conscientes e inconscientes da criança, focando seus conflitos internos
durante a infância e pelo resto do ciclo vital.
Vygotsky nasceu em 1896 na Bielo-Rússia, que depois (em 1917) ficou
incorporada à União Soviética, e mais recentemente voltou a ser Bielo-Rússia.
Nasceu no mesmo ano que Piaget (coincidência?!), mas viveu muitíssimo
menos que este último, pois morreu de tuberculose em 1934, antes de
completar 38 anos. Foi o primeiro psicólogo moderno a sugerir os mecanismos pelos quais a
cultura torna-se parte da natureza de cada pessoa ao insistir que as funções
psicológicas são um produto de atividade cerebral. Conseguiu explicar a
transformação dos processos psicológicos elementares em processos
complexos dentro da história.
Vygotsky enfatizava o processo histórico-social e o papel da linguagem
no desenvolvimento do indivíduo. Sua questão central é a aquisição de
conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. Para o teórico, o sujeito é
interativo, pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e interpessoais
e de troca com o meio, a partir de um processo denominado mediação.
As principais obras de Vygotsky traduzidas para o português são "A
formação social da mente", "Psicologia e pedagogia" e "Linguagem,
desenvolvimento e aprendizagem", “A Construção do Pensamento e
Linguagem” (obra completa), “Teoria e Método em Psicologia”, “Psicologia
Pedagógica”.
Vygotsky morreu em 1934, e sua obra permaneceu desconhecida no
Ocidente até os anos 60, principalmente por razões políticas. Teve dois artigos
publicados em periódicos americanos nos anos 30, e apenas em 1962 saiu nos
Estados Unidos o livro Pensamento e Linguagem, edição a partir da qual foram
feitas outras – inclusive a brasileira, mas que na verdade é uma compilação
que corresponde a apenas um terço da obra.
Vygotsky trouxe uma nova perspectiva de olhar às crianças. Ao lado de
colaboradores como Luria, Leontiev e Sakarov, entre outros, apresenta-nos
conceitos, alguns já abordados por Jean Piaget, um dos primeiros a considerar
a criança como ela própria, com seus processos e nuanças, e não um adulto
em miniatura.
O teórico pretendia uma abordagem que buscasse a síntese do homem
como ser biológico, histórico e social. Ele sempre considerou o homem inserido
na sociedade e, sendo assim, sua abordagem sempre foi orientada para os
processos de desenvolvimento do ser humano com ênfase da dimensão sóciohistórica e na interação do homem com o outro no espaço social. Sua
abordagem sócio-interacionista buscava caracterizar os aspectos tipicamente
humanos do comportamento e elaborar hipóteses de como as características
humanas se formam ao longo da história do indivíduo (Vygotsky, 1996). Vygotsky et. al. (1988) acredita que as características individuais e até
mesmo suas atitudes individuais estão impregnadas de trocas com o coletivo,
ou seja, mesmo o que tomamos por mais individual de um ser humano foi
construído a partir de sua relação com o indivíduo.
Suas maiores contribuições estão nas reflexões sobre o
desenvolvimento infantil e sua relação com a aprendizagem em meio social, e
também o desenvolvimento do pensamento e da linguagem.
Desenvolvimento e Aprendizagem: a Zona de Desenvolvimento Proximal
Para J. Piaget, dentro da reflexão construtivista sobre desenvolvimento e
aprendizagem, tais conceitos se inter-relacionam, sendo a aprendizagem a
alavanca do desenvolvimento. A perspectiva piagetiana é considerada
maturacionista, no sentido de que ela preza o desenvolvimento das funções
biológicas – que é o desenvolvimento - como base para os avanços na
aprendizagem. Já na chamada perspectiva sócio-interacionista, sócio-cultural
ou sócio-histórica, abordada por L. Vygotsky, a relação entre o
desenvolvimento e a aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver
em meio social, sendo este a alavanca para estes dois processos. Isso quer
dizer que os processos caminham juntos, ainda que não em paralelo.
Entenderemos melhor essa relação ao discutir a Zona de Desenvolvimento
proximal.
Os conceitos sócio-interacionistas sobre desenvolvimento e
aprendizagem se fazem sempre presentes, impelindo-nos à reflexão sobre tais
processos. Como lidar com o desenvolvimento natural da criança e estimulá-lo
através da aprendizagem? Como esta pode ser efetuada de modo a contribuir
para o desenvolvimento global da criança?
Em Vygotsky, ao contrário de Piaget, o desenvolvimento –
principalmente o psicológico/mental (que é promovido pela convivência social,
pelo processo de socialização, além das maturações orgânicas) – depende da
aprendizagem na medida em que se dá por processos de internalização de conceitos, que são promovidos pela aprendizagem social, principalmente
aquela planejada no meio escolar
1
.
Ou seja, para Vygotsky, não é suficiente ter todo o aparato biológico da
espécie para realizar uma tarefa se o indivíduo não participa de ambientes e
práticas específicas que propiciem esta aprendizagem. Não podemos pensar
que a criança vai se desenvolver com o tempo, pois esta não tem, por si só,
instrumentos para percorrer sozinha o caminho do desenvolvimento, que
dependerá das suas aprendizagens mediante as experiências a que foi
exposta.
Neste modelo, o sujeito – no caso, a criança – é reconhecida como ser
pensante, capaz de vincular sua ação à representação de mundo que constitui
sua cultura, sendo a escola um espaço e um tempo onde este processo é
vivenciado, onde o processo de ensino-aprendizagem envolve diretamente a
interação entre sujeitos.
Essa interação e sua relação com a imbricação entre os processos de
ensino e aprendizagem podem ser melhor compreendidos quando nos
remetemos ao conceito de ZDP. Para Vygotsky (1996), Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP), é a distância entre o nível de
desenvolvimento real, ou seja, determinado pela capacidade de resolver
problemas independentemente, e o nível de desenvolvimento proximal,
demarcado pela capacidade de solucionar problemas com ajuda de um
parceiro mais experiente. São as aprendizagens que ocorrem na ZDP que
fazem com que a criança se desenvolva ainda mais, ou seja, desenvolvimento
com aprendizagem na ZDP leva a mais desenvolvimento,por isso dizemos que,
para Vygotsky, tais processos são indissociáveis.
É justamente nesta zona de desenvolvimento proximal que a
aprendizagem vai ocorrer. A função de um educador escolar, por exemplo,
seria, então, a de favorecer esta aprendizagem, servindo de mediador entre a
criança e o mundo. Como foi destacado anteriormente, é no âmago das
interações no interior do coletivo, das relações com o outro, que a criança terá
condições de construir suas próprias estruturas psicológicas (Creche Fiocruz,
1
Vejamos que esta diferença de concepções entre Piaget e Vygotsky se dá, em grande parte, pelo fato de
que , para Piaget, desenvolvimento ´maturação’, e para Vygotsky, o termo também compreende o
desenvolvimento psicológico. 2004). É assim que as crianças, possuindo habilidades parciais, as
desenvolvem com a ajuda de parceiros mais habilitados (mediadores) até que
tais habilidades passem de parciais a totais. Temos que trabalhar, portanto,
com a estimativa das potencialidades da criança, potencialidades estas que,
para tornarem-se desenvolvimento efetivo, exigem que o processo de
aprendizagem, os mediadores e as ferramentas estejam distribuídas em um
ambiente adequado (Vasconcellos e Valsiner, 1995).
Temos portanto uma interação entre desenvolvimento e aprendizagem,
que se dá da seguinte maneira: em um contexto cultural, com aparato biológico
básico interagir, o indivíduo se desenvolve movido por mecanismos de
aprendizagem provocados por mediadores.
Para Vygotsky, o processo de aprendizagem
deve ser olhado por uma ótica prospectiva, ou seja, não
se deve focalizar o que a criança aprendeu, mas sim o
que ela está aprendendo. Em nossas práticas
pedagógicas, sempre procuramos prever em que tal ou
qual aprendizado poderá ser útil àquela criança, não
somente no momento em que é ministrado, mas para
além dele. É um processo de transformação constante na
trajetória das crianças. As implicações desta relação entre
ensino e aprendizagem para o ensino escolar estão no
fato de que este ensino deve se concentrar no que a
criança está aprendendo, e não no que já aprendeu.
Vygotksy firma está hipótese no seu conceito de zona de
desenvolvimento proximal (ZDP).
(Creche Fiocruz, 2004)
Pensamento e Linguagem:
Existem duas grandes vertentes na Psicologia que explicam a aquisição
da linguagem: uma delas defende que a linguagem já nasce conosco; outra,
que é aprendida no meio. Vejamos os principais autores de cada uma das
partes: Proposta ambientalista: “do nada ao tudo através da experiência”
Skinner: possibilidade de explicar a linguagem e qualquer
comportamento humano complexo pelos mesmos princípios estudados em
laboratório.
A proposta inatista forte:
Chomsky: o bebê nasce com todo o aparato. Nada é aprendido no
ambiente; é apenas disparado por ele. A criança apenas vai se moldando às
especificidades da sua língua.
A proposta interacionista:
Piaget: o mecanismo interacionista -- a linguagem faz parte de uma
função mais ampla, que é a capacidade de representar a realidade através de
significados que se distinguem de significantes.
Vygotsky: raízes genéticas do pensamento e da linguagem – linguagem
é considerada como instrumento mais complexo para viabilizar a comunicação,
a vida em sociedade. Sem linguagem, o ser humano não é social, nem
histórico, nem cultural.
Bruner: Psicologia cultural – defende a visão cultural do desenvolvimento
da linguagem e coloca a interação social no centro de sua atenção sobre o
processo de aquisição.
Cole: Sociocultural – para que a criança adquira mais do que rudimentos
de linguagem, ela deve não apenas ouvir ou ver linguagem, mas também
participar de atividades que a linguagem ajuda a criar e manter.
Para Vygotsky, a relação entre
pensamento e linguagem é estreita. A
linguagem (verbal, gestual e escrita) é
nosso instrumento de relação com os
outros e, por isso, é importantíssima na
nossa constituição como sujeitos. Além
disso, é através da linguagem que
aprendemos a pensar
(Ribeiro, 2005).
As funções da linguagem
A linguagem é, antes de tudo, social.
Portanto, sua função inicial é a
comunicação, expressão e
compreensão. Essa função
comunicativa está estreitamente
combinada com o pensamento. A
comunicação é uma espécie de função
básica porque permite a interação social e, ao mesmo tempo, organiza o pensamento.
Para Vygotsky, a aquisição da linguagem passa por três fases: a
linguagem social, que seria esta que tem por função denominar e comunicar, e
seria a primeira linguagem que surge. Depois teríamos a linguagem
egocêntrica e a linguagem interior, intimamente ligada ao pensamento.
A progressão da fala social para a fala interna, ou seja, o processamento
de perguntas e respostas dentro de nós mesmos – o que estaria bem próximo
ao pensamento, representa a transição da função comunicativa para a função
intelectual. Nesta transição, surge a chamada fala egocêntrica. Trata-se da fala
que a criança emite para si mesmo, em voz baixa, enquanto está concentrado
em alguma atividade. Esta fala, além de acompanhar a atividade infantil, é um
instrumento para pensar em sentido estrito, isto é, planejar uma resolução para
a tarefa durante a atividade na qual a criança está entretida (Ribeiro, 2005).
A fala egocêntrica constitui uma linguagem para a pessoa mesma, e não
uma linguagem social, com funções de comunicação e interação. Esse “falar
sozinho” é essencial porque ajuda a organizar melhor as idéias e planejar
melhor as ações. É como se a criança precisasse falar para resolver um
problema que, nós adultos, resolveríamos apenas no plano do pensamento /
raciocínio.
Neste momento, a criança faz a maior descoberta de
sua vida: todas as coisas
têm um nome.
Stern
Uma contribuição importante de Vygotsky e seus colaboradores, descrita
no livro Pensamento e Linguagem (1998), do mesmo autor, é o fato de que, por
volta dos dois anos de idade, o desenvolvimento do pensamento e da
linguagem – que até então eram estudados em separado – se fundem, criando
uma nova forma de comportamento.
Este momento crucial, quando a linguagem
começa a servir o intelecto e os pensamentos
começam a oralizar-se – a fase da fala
egocêntrica – é marcado pela curiosidade da
criança pelas palavras, por perguntas acerca de
todas as coisas novas (“o que é isso?”) e pelo enriquecimento do vocabulário.
O declínio da vocalização egocêntrica é sinal de que a criança
progressivamente abstrai o som, adquirindo capacidade de “pensar as
palavras”, sem precisar dizê-las. Aí estamos entrando na fase do discurso
interior. Se, durante a fase da fala egocêntrica houver alguma deficiência de
elementos e processos de interação social, qualquer fator que aumente o
isolamento da criança, iremos perceber que seu discurso egocêntrico
aumentará subitamente. Isso é importante para o cotidiano dos educadores,
em que eles podem detectar possíveis deficiências no processo de
socialização da criança. (Ribeiro, 2005)
Discurso interior e pensamento
O discurso interior é uma fase posterior à fala egocêntrica. É quando as
palavras passam a ser pensadas, sem que necessariamente sejam faladas. É
um pensamento em palavras. Já o pensamento é um plano mais profundo do
discurso interior, que tem por função criar conexões e resolver problemas, o
que não é, necessariamente, feito em palavras. É algo feito de idéias, que
muitas vezes nem conseguimos verbalizar, ou demoramos ainda um tempo
para achar as palavras certas para exprimir um pensamento.
O pensamento não coincide de forma exata com os significados das
palavras. O pensamento vai além, porque capta as relações entre as palavras
de uma forma mais complexa e completa que a gramática faz na linguagem
escrita e falada. Para a expressão verbal do pensamento, às vezes é preciso um esforço grande para concentrar todo o conteúdo de uma reflexão em uma
frase ou em um discurso. Portanto, podemos concluir que o pensamento não
se reflete na palavra; realiza-se nela, a medida em que é a linguagem que
permite a transmissão do seu pensamento para outra pessoa (Vygotsky, 1998)
Finalmente, cabe destacar que o pensamento não é o último plano
analisável da linguagem. Podemos encontrar um último plano interior: a
motivação do pensamento, a esfera motivacional de nossa consciência, que
abrange nossas inclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos,
nossos afetos e emoções. Tudo isso vai refletir imensamente na nossa fala e
no nosso pensamento. (Vygotsky 1998)
Pensar é conceber, fragmentar e seqüenciar – ao mesmo tempo – uma dada
situação. As palavras são mediadores entre pensamento e mundo externo.
BIBLIOGRAFIA
CRECHE FIOCRUZ. Projeto Político Pedagógico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2004.
RIBEIRO, A. M. Curso de Formação Profissional em Educação Infantil. Rio de
Janeiro: EPSJV / Creche Fiocruz, 2005.
VASCONCELLOS e VALSINER. Perspectivas co-construtivistas na educação.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes,
1996.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1998.
Sobre os autores:
Elaine Rabello: Graduanda em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Analista Transacional em Formação - Curso 202 na Área Clínica
José Silveira Passos: Psicólogo (CRP-05/18842), Psicoterapeuta, Analista
Transacional (Membro Didata em Formação da UNAT-BR), Master em Ecologia
Humana (Escola de Ecologia Humana - Argentina), Consultor Organizacional e
Engenheiro
Como citar este artigo?
RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano. Disponível
em <http://www.josesilveira.com> no dia xx de xxxxxx de xxxx.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Vygotsky e o desenvolvimento humano
Jean Piaget (1896-1980)
·
Jean Piaget
(1896-1980) foi um dos investigadores mais influentes do séc. 20 na
área da psicologia do desenvolvimento.
Piaget acreditava que o que distingue o ser humano dos outros
animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e
abstracto. Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as
pré-condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais
significativas são mudanças qualitativas (em género) e não
qualitativas (em quantidade).
·
Existem 2
aspectos principais nesta teoria: o processo de conhecer e os
estádios/ etapas pelos quais nós passamos à medida que adquirimos
essa habilidade.
· Como
biólogo, Piaget estava interessado em como é que um organismo se
adapta ao seu ambiente (ele descreveu esta capacidade como
inteligência) - O comportamento é controlado através de organizações
mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para
representar o mundo e para designar as acções.
· Essa
adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o
balanço entre esses esquemas e o ambiente em que está.
(equilibração). Assim, estabelecer um desequilíbrio é a
motivação primária para alterar as estruturas mentais do
indivíduo.
· Piaget
descreveu 2 processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de
adaptação: assimilação e acomodação. Estes 2 processos
são utilizados ao longo da vida à medida que a pessoa se vai
progressivamente adaptando ao ambiente de uma forma mais complexa.
o Capta
as grandes tendências do pensamento da criança
o
Encara as
crianças como sujeitos activos da sua aprendizagem
Lev
Vygotsky (1896-1934)
·
Lev
Vygotsky desenvolveu a teoria socio-cultural do
desenvolvimento cognitivo. A sua teoria tem raízes na teoria
marxista do materialismo dialéctico, ou seja, que as mudanças
históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na
natureza humana.
·
Vygotsky
abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação.
Em vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele
debruçou-se sobre o processo em si e analisou a participação do
sujeito nas actividades sociais
→ Ele propôs que o
desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as
estruturas sociais e as relações sociais levam ao desenvolvimento
das funções mentais.
·
Ele
acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do
jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um
aprendiz e um aprendiz mais experiente.
·
O processo
básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre
duas estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através
de instrumentos ou sinais). Quando os signos culturais vão sendo
internalizados pelo sujeito é quando os humanos adquirem a
capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada.
•
Ao contrário da
imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão do mundo,
o conhecimento sozinho, Vygostky via o desenvolvimento cognitivo
como dependendo mais das interacções com as pessoas e com os
instrumentos do mundo da criança
• Esses
instrumentos são reais: canetas, papel, computadores; ou
símbolos: linguagem, sistemas matemáticos, signos.
Teoria de Vygotsky do Desenvolvimento Cognitivo
·
Vygostsky
sublinhou as influências socioculturais no desenvolvimento
cognitivo da criança:
n
O
desenvolvimento não pode
ser separado do contexto social
n
A
cultura afecta a forma
como pensamos e o que pensamos
n
Cada
cultura tem o seu próprio impacto
n
O
conhecimento depende da
experiência social
· A
criança desenvolve representações mentais do mundo através da
cultura e da linguagem.
· Os
adultos têm um importante papel no desenvolvimento através da
orientação que dão e por ensinarem (“guidance and teaching”).
·
Zona de Desenvolvimento Proximal
(ZDP) – intervalo entre a resolução de problemas assistida e
individual.
·
Uma vez
adquirida a linguagem nas crianças, elas utilizam a
linguagem/discurso interior, falando alto para elas próprias de
forma a direccionarem o seu próprio comportamento, linguagem essa
que mais tarde será internalizada e silenciosa – Desenvolvimento da
Linguagem.
Retirado do Site:
http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/psicologia/psicdesenvcontrteoricas.htm
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