sábado, 29 de setembro de 2012

Esquema de Piaget e vygotsky

O esquema acima mostra o estudo de Piaget








O esquema acima mostra o estudo de vygotsky

 Abaixo um quadro comparativo entre os teóricos abordados no blog e outro teórico (Henri Wallon)

Lev Vigotsky - Breve Vida e Obra

O vídeo abaixo conta a história de Lev Semenovitch Vygotsky e apresenta suas ideias de uma forma clara e objetiva.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Reportagem: Vygotsky e o conceito de zona de desenvolvimento proximal


Para Vygotsky, o segredo é tirar vantagem das diferenças e apostar no potencial de cada aluno

Nascido na Bielorrússia, Vygotsky viveu seus anos mais produtivos sob a ditadura de Stalin, na antiga União Soviética. Teve seus livros proibidos e morreu cedo, aos 37 anos. Foto: Reprodução

Todo professor pode escolher: olhar para trás, avaliando as deficiências do aluno e o que já foi aprendido por ele, ou olhar para a frente, tentando estimar seu potencial. Qual das opções é a melhor? Para a pesquisadora Cláudia Davis, professora de psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sem a segunda fica difícil colocar o estudante no caminho do melhor aprendizado possível. "Esse conceito é promissor porque sinaliza novas estratégias em sala de aula", diz Cláudia. O que interessa, na opinião da especialista, não é avaliar as dificuldades das crianças, mas suas diferenças. "Elas são ricas, muito mais importantes para o aprendizado do que as semelhanças."

Não há um estudante igual a outro. As habilidades individuais são distintas, o que significa também que cada criança avança em seu próprio ritmo. À primeira vista, ter como missão lidar com tantas individualidades pode parecer um pesadelo. Mas a pesquisadora garante: o que realmente existe aí, ao alcance de qualquer professor, é uma excelente oportunidade de promover a troca de experiências.

Essa ode à interação e à valorização das diferenças é antiga. Nas primeiras décadas do século 20, o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) já defendia o convívio em sala de aula de crianças mais adiantadas com aquelas que ainda precisam de apoio para dar seus primeiros passos. Autor de mais de 200 trabalhos sobre Psicologia, Educação e Ciências Sociais, ele propõe a existência de dois níveis de desenvolvimento infantil. O primeiro é chamado de real e engloba as funções mentais que já estão completamente desenvolvidas (resultado de habilidades e conhecimentos adquiridos pela criança). Geralmente, esse nível é estimado pelo que uma criança realiza sozinha. Essa avaliação, entretanto, não leva em conta o que ela conseguiria fazer ou alcançar com a ajuda de um colega ou do próprio professor. É justamente aí - na distância entre o que já se sabe e o que se pode saber com alguma assistência - que reside o segundo nível de desenvolvimento apregoado por Vygotsky e batizado por ele de proximal (leia um resumo do conceito na última página).

Nas palavras do próprio psicólogo, "a zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã". Ou seja: aquilo que nesse momento uma criança só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ela certamente conseguirá fazer sozinha (leia um trecho de livro na terceira página). Depois que Vygotsky elaborou o conceito, há mais de 80 anos, a integração de crianças em diferentes níveis de desenvolvimento passou a ser encarada como um fator determinante no processo de aprendizado.

Reportagem retirada do Site Nova Escola 

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceito-zona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml

 

Links Interessantes


Relatório científico sobre Piaget e Vygotsky na Instituição Escolar

http://pt.scribd.com/doc/34048837/PIAGET-E-VYGOTSKY-NA-INSTITUICAO-ESCOLAR

 

Aquisição da Linguagem

http://www.slideshare.net/Elisms88/aquisio-da-linguagem-13400260


As fases do desenvolvimento cognitivo segundo Piaget

http://www.slideshare.net/Elisms88/fases-do-desenvolvimento-piaget

 

Livros e Obras de Jean Piaget

http://www.psicoloucos.com/Jean-Piaget/livros-e-obras-de-jean-piaget.html

 




Como entender a teoria de Lev Vygotsky

 


Vygotsky e o papel das interações sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo

Vygotsky e o papel das interações sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo

A psicologia sócio-histórica, que tem como base a teoria de Vygotsky, concebe o desenvolvimento humano a partir das relações sociais que a pessoa estabelece no decorrer da vida. Nesse referencial, o processo de ensino-aprendizagem também se constitui dentro de interações que vão se dando nos diversos contextos sociais.

A sala de aula deve ser considerada um lugar privilegiado de sistematização do conhecimento e o professor um articulador na construção do saber. Tendo como base tais pressupostos teóricos, esse texto sistematiza alguns pontos da teoria com a possibilidade de trabalho do professor junto a seus alunos.

Para ler o texto na íntegra click no link abaixo:
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf
 
Por João Carlos Martins
Fonte: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/dea_a.php?t=002

Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget III

Operatório-formal
 
Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.

Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.



Os textos foram retirados do site: 
http://www.cerebromente.org.br/n08/mente/construtivismo/construtivismo.htm

Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget II

Sensório-motor
 
Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio (LOPES, 1996). Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo (MACEDO, 1991). Segundo LOPES, as noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática.
Conforme MACEDO (1991, p. 124) é assim que os esquemas vão "pouco a pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa." Nitzke et alli (1997b) diz-se que o contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.

Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.

Veja o vídeo a seguir: 



Pré-operatório
 
É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
Contudo, MACEDO (1991) lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio:
  • É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
  • Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
  • Já pode agir por simulação, "como se".
  • Possui percepção global sem discriminar detalhes.
  • Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.


Operatório-concreto
 
Conforme Nitzke et alli (1997b), neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair.
Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada.
Exemplos:
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.


Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget

De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada estrutura de estruturas precedentes. Ou seja, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.
Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget de ESTÁGIOS que seguem idades mais ou menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a idade de aparição destes.

A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica . Caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor).
A criança deste estágio:
  • É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
  • Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
  • Já pode agir por simulação, "como se".
  • Possui percepção global sem discriminar detalhes.
  • Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração.
desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
Exemplos:
despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais a representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todoas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Observação: a maioria dos exemplos foram retirados da reportagem "Jean Piaget", escrita pela jornalista Josiane Lopes, da revista Nova Escola, ano XI, nº 95, de agosto de 1996.

Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP II

Vygotsky desenvolveu várias teorias, demonstrando a importância da integração social, como fonte do conhecimento. Algumas teorias se baseiam na interação do indivíduo com o meio social, onde, ele pode avançar além de seu desenvolvimento atual, até certo ponto, com a ajuda de outros indivíduos.

Vygotsky denominou a capacidade de realizar tarefas de forma independente de nível de desenvolvimento real, que determina até onde a criança já chegou, ou seja, as etapas já conquistadas pela criança.

No entanto, a criança poderá ir um pouco mais além, ou seja, desempenhar tarefas em nível mais avançado com a ajuda de adultos ou de companheiros com maior capacidades. Contudo, não é qualquer criança que pode, com a ajuda de outros, realizar qualquer tarefa. A capacidade de realizar determinada tarefa com a ajuda de outros ocorrerá dentro de um certo nível de desenvolvimento, não antes. Por exemplo: "Uma criança de cinco anos pode ser capaz de construir uma torre de cubos sozinha; uma de três anos não consegue construí-la sozinha, mas pode conseguir com a assistência de alguém; uma criança de um ano não conseguiria realizar essa tarefa, nem mesmo com ajuda. Uma criança que ainda não sabe andar sozinha só vai conseguir andar com a ajuda de um adulto que a segure pelas mãos a partir de um determinado nível de desenvolvimento. Aos três meses de idade, por exemplo, ela não é capaz de andar nem com ajuda."

É a partir desses dois níveis de desenvolvimento, o real e potencial que Vygotsky define a zona de desenvolvimento proximal: "Ela é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com pessoas com maior capacidade".

Zona de Desenvolvimento Proximal nada mais é que a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de problemas com a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro. Quer dizer, que as informações que a pessoa tem potencial para aprender, mas ainda não completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual, mas que podem ser atingíveis com um auxilio e em curto prazo.

Este ponto de vista está relacionado com a avaliação do desenvolvimento do aprendizado, sendo o professor o principal mediador e responsável no desenvolvimento do aluno. Ao ponto que nesse curto espaço de tempo, é que vai ocorrer toda interação entre professor-aluno, sendo o professor o elo para atingir os mais altos níveis e que esse aluno progrida em seu intelecto.
 



Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP




No decorrer dos tempos, muitos pesquisadores vêm tentando comprovar melhores formas de explicação para o desenvolvimento cognitivo das pessoas. Grande parte desses estudos é voltada para o acompanhamento das crianças, pois sabe-se que elas desenvolvem sua aprendizagem muito intensamente, e esta fase deve ser bastante explorada pelos educadores que as acompanham.

Um dos mais importantes conceitos sobre o desenvolvimento cognitivo do sujeito epistêmico lançado pelo psicólogo soviético Lev Semenovitch Vygotsky - Orsha, 05 de Novembro de 1896, — Moscou, 11 de Junho de 1934, revolucionou a forma de lidar com a aprendizagem das crianças, sobretudo, nos meios educacionais europeus e norte-americanos, no decorrer da década de sessenta do século passado. A teoria da Zona de Desenvolvimento Proximal marcou as novas propostas da relação ensino-aprendizagem nas escolas do mundo inteiro.

Abaixo, o conceito definido por Ramiro Marques:
“A ZDP consiste na distância que madeia entre o nível actual de desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade actual de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais capazes.”
(...)

Como se percebe, a ZDP definida na citação acima destacada caracteriza uma maior “liberdade” na construção do conhecimento por parte dos sujeitos epistêmicos, deixando a criança mais à vontade para desenvolver sua aprendizagem, desde que esta esteja sempre acompanhada por um mediador – professor ou par mais adiantado em relação à mesma.

Apesar de ir de encontro a uma outra teoria muito forte na psicologia cognitiva lançada por Piaget, quando ele diz que a aprendizagem é limitada a estágios de desenvolvimento do sujeito, a Zona de Desenvolvimento Proximal tem bastante credibilidade entre educadores do mundo inteiro, pois a teoria comprova que a aprendizagem pode progredir mais rápido do que o desenvolvimento e, consequentemente, também torna-se desenvolvimento.

É certo de que a presença de um par – na figura do professor ou de outra pessoa – é um dos principais fatores que validam a teoria da ZDP, visto que a troca de experiências relacionada à curiosidade de aprender faz com que a aprendizagem seja muito mais significativa para qualquer criança, desde que seja, acima de tudo, prazerosa.

Augusto França
– Graduando em Pedagogia pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins - FACOL
Retirado do Site: 
http://cerebropedagogico.blogspot.com.br/2010/09/zona-de-desenvolvimento-proximal-zdp.html

O Conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal em Vygotsky

O Conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal em Vygotsky

Por Ramiro Marques

A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) foi um conceito
definido pelo genial psicólogo soviético que viria a ter uma enorme
influência nos meios educacionais europeus e norte-americanos a
partir da década de 60 do século passado.
A ZDP consiste na “distância que medeia entre o nível actual de
desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade actual
de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de problemas sob a
orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais
capazes”(http://www.uma.pt/carlosfino/Documentos/Powerpoint_Vyg
otsky.pdf).
As implicações que a ZDP tem para o processo de instrução são
imensas. Ao contrário da teoria de Piaget, que faz subordinar a
aprendizagem ao desenvolvimento cognitivo, condicionando-a e
enclausurando-a nos limites de cada estádio de desenvolvimento,
Vygotsky defende que a aprendizagem precede e condiciona o
desenvolvimento cognitivo. E mais: a aprendizagem pode progredir
mais rapidamente que o desenvolvimento e, regra geral, redunda em
desenvolvimento. No fundo, a ZDP é uma verdadeira janela de
oportunidade para a aprendizagem, sendo necessário que o professor
a prepare e conceba e ponha em prática tarefas de ensino e
aprendizagem que potenciem essa janela. Os instrumentos principais
que o professor pode usar, no sentido de potenciar a janela de
oportunidade (a ZDP), são a linguagem e o contexto cultural, os
quais são considerados por Vygotsky como as mais importantes
ferramentas ao serviço da aprendizagem e do desenvolvimento. Para
além dessas ferramentas, o professor deve assumir-se como
mediador entre a criança e os objectos e entre as crianças e os pares.
Se o professor propõe tarefas que estão para além da zona de
desenvolvimento proximal, é quase certo que a criança não vai
entender a tarefa, não vai ser capaz de a realizar ou vai concretizá-la
incorrectamente. Mediadores são também os pares que se revelam
mais capazes. Nesse sentido, a criação de grupos de aprendizagem
colaborativa, com crianças em diferentes níveis de aprendizagem,
embora próximas na capacidade para a realização das tarefas,
constitui outra estratégia de mediação importante. Importa ter
presente que o mediador externo deve ter significado para a criança,
estar ligado a um objecto que a criança use antes ou durante o
desempenho da tarefa e combine a mediação com o uso da
linguagem e do contexto cultural.
Webgrafia
http://www.uma.pt/carlosfino/Documentos/Powerpoint_Vygotsky.pdf
http://en.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Entendendo Lev Vygotsky


    Lev Vygotsky foi pioneiro na teoria de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Segundo Vygotsky, os signos, a linguagem simbólica desenvolvida pela espécie humana são construções da mente humana, que estabelece uma relação entre a linguagem e o homem. Realizou suas pesquisas sobre a aprendizagem dando enfoque à pedagogia. Ele estabeleceu alguns conceitos sobre o desenvolvimento da linguagem, como por exemplo a zona de desenvolvimento proximal em que uma criança pode não conseguir realizar uma ação sozinha, porém com auxílio ela é capaz de realizá-lo. Abaixo um vídeo sobre esse desenvolvimento.








Provas Piagetianas

O vídeo abaixo busca comprovar a teoria de Piaget sobre as etapas de desenvolvimento cognitivo em uma criança de 4 anos (estágio pré-operacional, segundo Piaget). Nessa etapa a criança constrói e organiza suas emoções.




terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vygotsky e o desenvolvimento humano


                                                 Vygotsky e o desenvolvimento humano 

                                                                                                                      Elaine Rabello 
                                                                                                                      José Silveira Passos

O que é Desenvolvimento Humano? 


A noção de desenvolvimento está atrelada a um contínuo de evolução, 
em que nós caminharíamos ao longo de todo o ciclo vital. Essa evolução, nem 
sempre linear, se dá em diversos campos da existência, tais como afetivo, 
cognitivo, social e motor.  
Este caminhar contínuo não é determinado apenas por processos de 
maturação biológicos ou genéticos. O meio (e por meio entenda-se algo muito 
amplo, que envolve cultura, sociedade, práticas e interações) é fator de 
máxima importância no desenvolvimento humano. 
Os seres humanos nascem “mergulhados em cultura”, e é claro que esta 
será uma das principais influências no desenvolvimento. Embora ainda haja 
discordâncias teóricas entre as abordagens que serão apresentadas adiante 
sobre o grau de influência da maturação biológica e da aprendizagem com o 
meio no desenvolvimento, o contexto cultural é o palco das principais 
transformações e evoluções do bebê humano ao idoso. Pela interação social, 
aprendemos e nos desenvolvemos, criamos novas formas de agir no mundo, 
ampliando nossas ferramentas de atuação neste contexto  cultural complexo 
que nos recebeu, durante todo o ciclo vital. 

Perspectivas de Estudo do Desenvolvimento humano (Ribeiro, 2005):
 Na Psicologia do Desenvolvimento, temos algumas perspectivas 
diversas. 
• Para os teóricos  Ambientalistas, entre eles Skinner e Watson (do 
movimento behaviorista), as crianças nascem como tábulas rasas, que 
vão aprendendo tudo do ambiente por processos de imitação ou reforço.  
• Para os teóricos Inatistas, como Chomsky, as crianças já nascem com 
tudo que precisam na sua estrutura biológica para se desenvolver. Nada 
é aprendido no ambiente, e sim apenas disparado por este.  
• Para os teóricos  Construcionistas, tendo como ícone Piaget, o 
desenvolvimento é construído a partir de uma interação entre o 
desenvolvimento biológico e as aquisições da criança com o meio.  
Temos ainda uma abordagem  Sociointeracionista, de Vygotsky, 
segundo a qual o desenvolvimento humano se dá em relação nas trocas 
entre parceiros sociais, através de processos de interação e mediação. 
• Temos a perspectiva Evolucionista, influenciada pela teoria de Fodor, 
segundo a qual o desenvolvimento humano se dá no desenvolvimento 
das características humanas e variações individuais como produto de 
uma interação de mecanismos genéticos e ecológicos, envolvendo 
experiências únicas de cada indivíduo desde antes do nascimento.  
• Ainda existe a visão de desenvolvimento Psicanalítica, em que temos 
como expoentes Freud, Klein, Winnicott e Erikson. Tal perspectiva 
procura entender o desenvolvimento humano a partir de motivações 
conscientes e inconscientes da criança, focando seus conflitos internos 
durante a infância e pelo resto do ciclo vital. 

Vygotsky: uma breve história 


Vygotsky nasceu em 1896 na Bielo-Rússia, que depois (em 1917) ficou 
incorporada à União Soviética, e mais recentemente voltou a ser Bielo-Rússia. 
Nasceu no mesmo ano que Piaget (coincidência?!), mas viveu muitíssimo 
menos que este último, pois morreu de tuberculose em 1934, antes de 
completar 38 anos.  Foi o primeiro psicólogo moderno a sugerir os mecanismos pelos quais a 
cultura torna-se parte da natureza de cada pessoa ao insistir que as funções 
psicológicas são um produto de atividade cerebral. Conseguiu explicar a 
transformação dos processos psicológicos elementares em processos 
complexos dentro da história. 
Vygotsky enfatizava o processo histórico-social e o papel da linguagem 
no desenvolvimento do indivíduo. Sua questão central  é a aquisição de 
conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. Para o teórico, o sujeito é 
interativo, pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e interpessoais 
e de troca com o meio, a partir de um processo denominado mediação. 
As principais obras de Vygotsky traduzidas para o português são "A 
formação social da mente", "Psicologia e pedagogia" e "Linguagem, 
desenvolvimento e aprendizagem", “A Construção do Pensamento e 
Linguagem” (obra completa), “Teoria e Método em Psicologia”, “Psicologia 
Pedagógica”. 
Vygotsky morreu em 1934, e sua obra permaneceu desconhecida no 
Ocidente até os anos 60, principalmente por razões políticas. Teve dois artigos 
publicados em periódicos americanos nos anos 30, e apenas em 1962 saiu nos 
Estados Unidos o livro Pensamento e Linguagem, edição a partir da qual foram 
feitas outras – inclusive a brasileira, mas que na verdade é uma compilação 
que corresponde a apenas um terço da obra.  
Vygotsky trouxe uma nova perspectiva de olhar às crianças. Ao lado de 
colaboradores como Luria, Leontiev e Sakarov, entre outros, apresenta-nos 
conceitos, alguns já abordados por Jean Piaget, um dos primeiros a considerar 
a criança como ela própria, com seus processos e nuanças, e não um adulto 
em miniatura. 
O teórico pretendia uma abordagem que buscasse a síntese do homem 
como ser biológico, histórico e social. Ele sempre considerou o homem inserido 
na sociedade e, sendo assim, sua abordagem sempre foi orientada para os 
processos de desenvolvimento do ser humano com ênfase da dimensão sóciohistórica e na interação do homem com o outro no espaço  social. Sua 
abordagem sócio-interacionista buscava caracterizar os aspectos tipicamente 
humanos do comportamento e elaborar hipóteses de como as características 
humanas se formam ao longo da história do indivíduo (Vygotsky, 1996). Vygotsky et. al. (1988) acredita que as características individuais e até 
mesmo suas atitudes individuais estão impregnadas de trocas com o coletivo, 
ou seja, mesmo o que tomamos por mais individual de um ser humano foi 
construído a partir de sua relação com o indivíduo.  
Suas maiores contribuições estão nas reflexões sobre o 
desenvolvimento infantil e sua relação com a aprendizagem em meio social, e 
também o desenvolvimento do pensamento e da linguagem. 

Nos aprofundando um pouco mais nas idéias de Vygotsky... 

Desenvolvimento e Aprendizagem: a Zona de Desenvolvimento Proximal 


 Para J. Piaget, dentro da reflexão construtivista sobre desenvolvimento e 
aprendizagem, tais conceitos se inter-relacionam, sendo a aprendizagem a 
alavanca do desenvolvimento. A perspectiva piagetiana é considerada 
maturacionista, no sentido de que ela preza o desenvolvimento das funções 
biológicas – que é o desenvolvimento - como base para os avanços na 
aprendizagem. Já na chamada perspectiva  sócio-interacionista, sócio-cultural
ou  sócio-histórica, abordada por L. Vygotsky, a relação entre o 
desenvolvimento e a aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver 
em meio social, sendo este a alavanca para estes dois processos. Isso quer 
dizer que os processos caminham juntos, ainda que não em  paralelo. 
Entenderemos melhor essa relação ao discutir a Zona de Desenvolvimento 
proximal. 
Os conceitos sócio-interacionistas sobre desenvolvimento e 
aprendizagem se fazem sempre presentes, impelindo-nos à reflexão sobre tais 
processos. Como lidar com o desenvolvimento natural da criança e estimulá-lo 
através da aprendizagem? Como esta pode ser efetuada de modo a contribuir 
para o desenvolvimento global da criança? 
Em Vygotsky, ao contrário de Piaget, o desenvolvimento – 
principalmente o psicológico/mental (que é promovido pela convivência social, 
pelo processo de socialização, além das maturações orgânicas) – depende da 
aprendizagem na medida em que se dá por processos de internalização de conceitos, que são promovidos pela aprendizagem social, principalmente 
aquela planejada no meio escolar
1
Ou seja, para Vygotsky, não é suficiente ter todo o aparato biológico da 
espécie para realizar uma tarefa se o indivíduo não participa de ambientes e 
práticas específicas que propiciem esta aprendizagem. Não podemos pensar 
que a criança vai se desenvolver com o tempo, pois esta não tem, por si só, 
instrumentos para percorrer sozinha o caminho do desenvolvimento, que 
dependerá das suas aprendizagens mediante as experiências a que foi 
exposta.  
            Neste modelo, o sujeito – no caso, a criança – é reconhecida como ser 
pensante, capaz de vincular sua ação à representação de mundo que constitui 
sua cultura, sendo a escola um espaço e um tempo onde este processo é 
vivenciado, onde o processo de ensino-aprendizagem envolve diretamente a 
interação entre sujeitos. 
Essa interação e sua relação com a imbricação entre os processos de 
ensino e aprendizagem podem ser melhor compreendidos quando nos 
remetemos ao conceito de  ZDP. Para Vygotsky (1996),  Zona de 
Desenvolvimento Proximal (ZDP),  é a distância entre o nível de 
desenvolvimento real, ou seja, determinado pela capacidade de resolver 
problemas independentemente, e o nível de desenvolvimento proximal, 
demarcado pela capacidade de solucionar problemas com ajuda de um 
parceiro mais experiente. São as aprendizagens que ocorrem na ZDP que 
fazem com que a criança se desenvolva ainda mais, ou seja, desenvolvimento 
com aprendizagem na ZDP leva a mais desenvolvimento,por isso dizemos que, 
para Vygotsky, tais processos são indissociáveis. 
É justamente nesta zona de desenvolvimento proximal que a 
aprendizagem vai ocorrer. A função de um educador escolar, por exemplo, 
seria, então, a de favorecer esta aprendizagem, servindo de mediador entre a 
criança e o mundo. Como foi destacado anteriormente, é no âmago das 
interações no interior do coletivo, das relações com o outro, que a criança terá 
condições de construir suas próprias estruturas psicológicas (Creche Fiocruz, 
                                               
1
 Vejamos que esta diferença de concepções entre Piaget e Vygotsky se dá, em grande parte, pelo fato de
que , para Piaget, desenvolvimento ´maturação’, e para Vygotsky, o termo também compreende o 
desenvolvimento psicológico. 2004). É assim que as crianças, possuindo  habilidades parciais, as 
desenvolvem com a ajuda de parceiros mais habilitados (mediadores) até que 
tais habilidades passem de  parciais a  totais. Temos que trabalhar, portanto, 
com a estimativa das potencialidades da criança, potencialidades estas que, 
para tornarem-se desenvolvimento efetivo, exigem que  o processo de 
aprendizagem, os mediadores e as ferramentas estejam distribuídas em um 
ambiente adequado (Vasconcellos e Valsiner, 1995).  
Temos portanto uma interação entre desenvolvimento e aprendizagem, 
que se dá da seguinte maneira: em um contexto cultural, com aparato biológico 
básico interagir, o indivíduo se desenvolve movido por  mecanismos de 
aprendizagem provocados por mediadores. 
Para Vygotsky, o processo de aprendizagem 
deve ser olhado por uma ótica prospectiva, ou seja, não 
se deve focalizar o que a criança aprendeu, mas sim o 
que ela está  aprendendo. Em nossas práticas 
pedagógicas, sempre procuramos prever em que tal ou
qual aprendizado poderá ser útil àquela criança, não 
somente no momento em que é ministrado, mas para 
além dele. É um processo de transformação constante na 
trajetória das crianças. As implicações desta relação entre 
ensino e aprendizagem para o ensino escolar estão no 
fato de que este ensino deve se concentrar no que a
criança está aprendendo, e não no que já aprendeu. 
Vygotksy firma está hipótese no seu conceito de zona de 
desenvolvimento proximal (ZDP). 
(Creche Fiocruz, 2004) 

Pensamento e Linguagem: 


Existem duas grandes vertentes na Psicologia que explicam a aquisição 
da linguagem: uma delas defende que a linguagem já nasce conosco; outra, 
que é aprendida no meio. Vejamos os principais autores de cada uma das 
partes: Proposta ambientalista: “do nada ao tudo através da experiência” 
 Skinner: possibilidade de explicar a linguagem e qualquer 
comportamento humano complexo pelos mesmos princípios estudados em 
laboratório. 
A proposta inatista forte: 
 Chomsky: o bebê nasce com todo o aparato. Nada é aprendido no 
ambiente; é apenas disparado por ele. A criança apenas vai se moldando às 
especificidades da sua língua. 
A proposta interacionista: 
Piaget: o mecanismo interacionista -- a linguagem faz parte de uma 
função mais ampla, que é a capacidade de representar a realidade através de 
significados que se distinguem de significantes. 
  
 Vygotsky: raízes genéticas do pensamento e da linguagem – linguagem 
é considerada como instrumento mais complexo para viabilizar a comunicação, 
a vida em sociedade. Sem linguagem, o ser humano não é social, nem 
histórico, nem cultural. 
 Bruner: Psicologia cultural – defende a visão cultural do desenvolvimento 
da linguagem e coloca a interação social no centro de  sua atenção sobre o 
processo de aquisição. 
 Cole: Sociocultural – para que a criança adquira mais do que rudimentos 
de linguagem, ela deve não apenas ouvir ou ver linguagem, mas também 
participar de atividades que a linguagem ajuda a criar e manter. 

Segundo Vygotsky...

Para Vygotsky, a relação entre 
pensamento e linguagem é estreita. A 
linguagem (verbal, gestual e escrita) é 
nosso instrumento de relação com os 
outros e, por isso, é importantíssima na 
nossa constituição como sujeitos. Além 
disso, é através da linguagem que 
aprendemos a pensar  
(Ribeiro, 2005). 

As funções da linguagem

A linguagem é, antes de tudo, social. 
Portanto, sua função inicial é a 
comunicação, expressão e 
compreensão. Essa função 
comunicativa está estreitamente 
combinada com o pensamento. A 
comunicação é uma espécie de função 
básica porque permite a interação social e, ao mesmo tempo, organiza o pensamento.


Para Vygotsky, a aquisição da linguagem passa por três fases: a 
linguagem social, que seria esta que tem por função denominar e comunicar, e 
seria a primeira linguagem que surge. Depois teríamos  a linguagem 
egocêntrica e a linguagem interior, intimamente ligada ao pensamento. 

A linguagem egocêntrica


A progressão da fala social para a fala interna, ou seja, o processamento 
de perguntas e respostas dentro de nós mesmos – o que estaria bem próximo 
ao pensamento, representa a transição da função comunicativa para a função 
intelectual. Nesta transição, surge a chamada fala egocêntrica. Trata-se da fala 
que a criança emite para si mesmo, em voz baixa, enquanto está concentrado 
em alguma atividade. Esta fala, além de acompanhar a atividade infantil, é um 
instrumento para pensar em sentido estrito, isto é, planejar uma resolução para 
a tarefa durante a atividade na qual a criança está entretida (Ribeiro, 2005). 
A fala egocêntrica constitui uma linguagem para a pessoa mesma, e não 
uma linguagem social, com funções de comunicação e interação. Esse “falar 
sozinho” é essencial porque ajuda a organizar melhor as idéias e planejar 
melhor as ações. É como se a criança precisasse falar para resolver um 
problema que, nós adultos, resolveríamos apenas no plano do pensamento / 
raciocínio. 
Neste momento, a criança 
faz a maior descoberta de 
sua vida: todas as coisas 
têm um nome. 
Stern 
 Uma contribuição importante de Vygotsky e seus colaboradores, descrita 
no livro Pensamento e Linguagem (1998), do mesmo autor, é o fato de que, por 
volta dos dois anos de idade, o desenvolvimento do pensamento e da 
linguagem – que até então eram estudados em separado – se fundem, criando 
uma nova forma de comportamento.  
Este momento crucial, quando a linguagem 
começa a servir o intelecto e os pensamentos 
começam a oralizar-se – a fase da fala 
egocêntrica – é marcado pela curiosidade da 
criança pelas palavras, por perguntas acerca de 
todas as coisas novas (“o que é isso?”) e pelo enriquecimento do vocabulário. 
 O declínio da vocalização egocêntrica é sinal de que a criança 
progressivamente abstrai o som, adquirindo capacidade de  “pensar as 
palavras”, sem precisar dizê-las. Aí estamos entrando na  fase do discurso 
interior.  Se, durante a fase da fala egocêntrica houver alguma deficiência de 
elementos e processos de interação social, qualquer fator que aumente o 
isolamento da criança, iremos perceber que seu discurso egocêntrico 
aumentará subitamente. Isso é importante para o cotidiano dos educadores, 
em que eles podem detectar possíveis deficiências no processo  de 
socialização da criança. (Ribeiro, 2005) 

Discurso interior e pensamento


O discurso interior é uma fase posterior à fala egocêntrica. É quando as 
palavras passam a ser pensadas, sem que necessariamente sejam faladas. É 
um pensamento em palavras. Já o pensamento é um plano mais profundo do 
discurso interior, que tem por função criar conexões e resolver problemas, o 
que não é, necessariamente, feito em palavras. É algo feito de idéias, que 
muitas vezes nem conseguimos verbalizar, ou demoramos ainda um tempo 
para achar as palavras certas para exprimir um pensamento.  
O pensamento não coincide de forma exata com os significados das 
palavras. O pensamento vai além, porque capta as relações entre as palavras 
de uma forma mais complexa e completa que a gramática faz na linguagem 
escrita e falada. Para a expressão verbal do pensamento, às vezes é preciso um esforço grande para concentrar todo o conteúdo de uma reflexão em uma 
frase ou em um discurso. Portanto, podemos concluir que o pensamento não 
se reflete na palavra; realiza-se nela, a medida em que é a linguagem que 
permite a transmissão do seu pensamento para outra pessoa (Vygotsky, 1998) 
Finalmente, cabe destacar que o pensamento não é o último plano 
analisável da linguagem. Podemos encontrar um último plano interior: a 
motivação do pensamento, a esfera motivacional de nossa consciência, que 
abrange nossas inclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos, 
nossos afetos e emoções. Tudo isso vai refletir imensamente na nossa fala e 
no nosso pensamento. (Vygotsky 1998) 


Pensar é conceber, fragmentar e seqüenciar – ao mesmo tempo – uma dada 
situação. As palavras são mediadores entre pensamento e mundo externo.


BIBLIOGRAFIA 

CRECHE FIOCRUZ. Projeto Político Pedagógico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2004.
RIBEIRO, A. M. Curso de Formação Profissional em Educação Infantil. Rio de
Janeiro: EPSJV / Creche Fiocruz, 2005.
VASCONCELLOS e VALSINER. Perspectivas co-construtivistas na educação.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes,
1996.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1998.
Sobre os autores:
Elaine Rabello: Graduanda em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Analista Transacional em Formação - Curso 202 na Área Clínica
José Silveira Passos: Psicólogo (CRP-05/18842), Psicoterapeuta, Analista
Transacional (Membro Didata em Formação da UNAT-BR), Master em Ecologia
Humana (Escola de Ecologia Humana - Argentina), Consultor Organizacional e
Engenheiro

Como citar este artigo? 

RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano. Disponível
em <http://www.josesilveira.com> no dia xx de xxxxxx de xxxx.